MOMENTOS DO M.N.U

MOMENTOS DO M.N.U

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

SEMANA MUNICIPAL DA CULTURA AFROBRASILEIRA 2011

SEMANA MUNICIPAL DA CULTURA AFROBRASILEIRA
 2011 - Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes
20 de Novembro - Dia Nacional da Consciência Negra
14 de novembro - 2ª feira
20 h: Abertura da Semana - Happy Hour
Local: Centro Cultural Dr. Pedro Marini –
Exposição de Obras de Arte (Maraglai de Lima Alves)
Cerimônia de tombamento do Patrimônio Histórico, Municipal do Quilombo Rincão dos Fernandes de Uruguaiana e das Cercas de Pedra do Juquiri.
21h: Apresentações artísticas cênico-musicais de matriz africana.
Local: Centro da Praça Barão do Rio Branco
16 de novembro - 4ª feira
14 h: Oficinas de Literatura –
 Local Biblioteca Monteiro Lobato para alunos de 1º e 2º anos
19h 30 min :Roda de Poesia e apresentações musicais (participação de alunos das escolas públicas e/ou outros inscritos antecipadamente.
 Tema: Negritude, Cultura Afrobrasileira e Diversidade Cultural  Brasileira.
 Local: Biblioteca Pública Municipal
17 de novembro – 5ª feira
14 h: Oficinas de Literatura –
Local Biblioteca Monteiro Lobato para alunos de 1º e 2º anos
20 h: Sessão cinematográfica –
 Local: SESC – URUGUAIANA
18 de novembro – 6ª feira
14 h - Oficinas de Literatura – para alunos de 1º e 2º anos Ens. Fundamental ( agendamento prévio no local)
 Local: Biblioteca Monteiro Lobato
14 h - Exibição de vídeos e oficinas de literatura para alunos do 3º ao 5º ano do Ens. Fundamental  (agendamento prévio no local)
Local: Biblioteca Pública Municipal
19 de novembro - sábado
 Encontro Internacional de movimentos sociais negros, com participação de Alegrete, São Borja, Bagé, Rosário do Sul, Rivera...
11 h: Recepção
Local: AFMU
12h: Almoço
15 h: Painel “Os movimentos sociais negros na fronteira-oeste” (a cargo dos representantes dos movimentos sociais de cada município)
LOCAL: (idem do almoço)
18 h: Celebração interreligiosa ao ar livre.
Local: Idem almoço
23 h: Jantar Baile da Sociedade Espiritualista de Umbanda Aruanda  - OPCIONAL - escolha “A MAIS BELA NEGRA”
Local: Clube Caixeiral:  (venda de mesas antecipadas com Srª Rosângela -  Tel: 3413.2936 ou 9928.2928
20 de novembro - Domingo
20h - Quizomba de encerramento da Semana Municipal da Cultura Afrobrasileira com apresentações artísticas cênico-musicais de matriz africana.
·       Premiação do vencedor do Concurso Municipal de Redação para alunos das escolas estaduais e particulares.  (Textos da Roda de Poesias)
·       Homenagem aos músicos negros que se destacaram no município.
Local: Concha Acústica César Passarinho – Parcão

11 a 20 de novembro – Exposição fotografias e obras de arte de Debret, Rugendas  no MUSEU DO RIO URUGUAI
14 a 20 de novembro – Exposição “Nossa Negritude” no  Espaço Cultural SESC – Obras da Artista Sìlvia D’Arays  e Artesanato em madeira: Prof. Fábio Pires

terça-feira, 4 de outubro de 2011

DOCUMENTÁRIO DE ABDIAS NASCIMENTO

Trajetória – Abdias criou, em 1944, o Teatro Experimental do Negro. Na época, uma iniciativa totalmente insólita que tentava promover a inclusão de atores, diretores e autores negros. Dessa experiência revolucionária sairiam grandes nomes da dramaturgia brasileira, como Léa Garcia e Ruth de Souza. 
Mas essa é só uma das várias frentes de luta de uma vida toda dedicada à militância pelos direitos dos negros. Como parlamentar, Abdias Nascimento apresentou diversos projetos para reduzir a desigualdade racial. É dele o primeiro projeto de lei propondo ações compensatórias como políticas públicas de igualdade racial.  














RACISMO E POLÍTICAS PÚBLICAS

Staël Soraya – Presidente do MNU
Todos sabemos que o racismo se reafirma no dia-a-dia pela linguagem comum, ele se mantém e se alimenta pela tradição e pela cultura, minando a vida dos cidadãos brasileiros, negros, negras, índios, mestiços e por conseguinte, as relações entre estes cidadãos. Esta é uma condição histórica e traz consigo o preconceito e a discriminação, afetando a população negra de todas as camadas sociais.
O enfrentamento do racismo impõe a adoção de políticas, programas e ações específicas associadas e integradas às políticas universais, de modo a garantir o acesso continuado e as oportunidades iguais a brancos e negros, é por isto que estamos aqui hoje.
Nas últimas décadas vivenciamos o fim da invisibilidade da questão racial o que significou um importante avanço no processo de reflexão e compreensão da sociedade brasileira sobre um de seus mais importantes (e eficaz) mecanismos de exclusão... A negação dos problemas raciais no Brasil e o silêncio, por parte da elite dirigente brasileira encontram resistência nos mais diferentes grupos: no movimento social negro, nos sindicatos, nos partidos políticos, nas igrejas, nas religiões de matriz africana, nos clubes sociais negros, nos grupos de capoeira...
Estas lutas, provocaram a ampliação do reconhecimento do racismo e da discriminação racial como fenômenos sociais ativos na sociedade brasileira, E assim, o movimento social negro passou a defender a necessidade de, não apenas combater o racismo, mas efetivar instrumentos de promoção da igualdade racial como meta política e tema organizador de políticas públicas.

Nos últimos 20 anos o governo federal cumpriu uma trajetória longa e árdua, no que se refere ao enfrentamento da discriminação racial, passamos a ver a adoção de ações de cunho valorativo, compensatório e afirmativo que apontam para o que tanto buscávamos: uma política de promoção da igualdade racial.
Não podemos deixar de citar aqui, algumas das mais recentes e importantes conquistas dos cidadãos afros brasileiros: São elas:
ü Lei 7.716, de 1989 de Carlos Alberto Oliveira, Lei Caó, prevê a punição para os atos motivados pelo preconceito de cor ou raça (que embora tenha sido exaustivamente trabalhada na tipificação dos atos, ainda deixava algumas situações em descoberto);
ü  Lei nº 9.459, de 13 de maio de 2007, conhecida como a Lei Paim, a qual inclui na lei 7.716, o crime de incitação ao preconceito ou à discriminação, além de permitir o reconhecimento, pelo Código Penal brasileiro, do crime de injúria também quando utilizado elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem
ü O estatuto da Igualdade Racial;
ü A lei 10.639/2003 – MEC ;
ü A criação da SEPPIR (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) com status de ministério, criada em 2003, com o objetivo de formular, coordenar políticas e articular as ações do governo federal no combate à discriminação e à desigualdade racial;
ü A criação do CNPIR ( Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial) e o FIPIR( Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial) ;
ü A realização de Conferências Nacionais de Promoção da Igualdade Racial, a primeira em 2005 e a segunda em 2009;
ü  o Programa Brasil AfroAtitude (Programa integrado de ações afirmativas para negros da Secretaria especial de direitos humanos – Conselho Nacional de combate a Discriminação);
ü  e o Programa Brasil Quilombola....
Obtivemos grandes avanços na nossa luta, contudo, não podemos falar em “efetiva” consolidação de políticas de promoção da igualdade racial, podemos dizer que estamos construindo estas políticas.
Neste contexto, o tratamento da temática alterou-se significativamente e, conseqüentemente, a realidade também se alterou, todavia, ainda enfrentamos obstáculos, um deles é a minimização do problema racial brasileiro, por parte de alguns setores da sociedade, que negam a existência do racismo e do preconceito, como fenômenos que acesso às oportunidades.
O outro obstáculo que enfrentamos é o da associação entre os fenômenos pobreza e desigualdade racial, que levam a maioria da população a pensar e apontar a priorização da pobreza em prejuízo da questão racial, desconsiderando-se que são fenômenos que coexistem, mas são distintos.
As políticas de ações afirmativas estão buscando promover a diversificação da elite brasileira por meio de ações de ampliação da equidade nas oportunidades incluindo aqueles que até agora não tiveram oportunidade para romper com a barreira da pobreza e da estagnação social.
Continuamos quilombolas resistindo, lutando para a redução das desigualdades e democratização dos espaços e recursos sociais.

ORIGEM / SIGNIFICADO DA PALAVRA FAVELA

A palavra favela, significando, amontoados de casebres, é originária de uma planta que havia na região de Canudos, na Bahia, arbusto típico do sertão nordestino, o faveleiro, mais popularmente favela. O Morro de Favela possui este nome porque o morro era coberto de uma planta, chamada de favela.

A fava (Vicia faba) é uma planta da família das leguminosas agora renomeada Fabaceae, não trepadeira, que produz vagens grandes, dentro das quais se formam as sementes. É um alimento de grande importância desde a Idade da Pedra. É muito rica em proteínas e carboidratos, embora pobre em vitaminas. Alcança cerca de 1,20 m de altura e produz flores grandes, brancas ou róseas, às vezes arroxeadas, com mácula preta.

Soldados que combateram Antônio Conselheiro, nos anos de 1887/1888, ao retornarem para o Rio de Janeiro, não receberam o dinheiro que o governo prometera. Como não tinham onde morar construíram rústicas habitações nos morros.

O local, no morro da Providência, no Rio, lembrava habitações existentes em Canudos. Naqueles morros do sertão baiano e o nome foi copiado para as habitações dos soldados e depois estendido às comunidades pobres cariocas a partir daí, estes morros passaram a ser conhecidos como favelas, em referência à "favela" original. A planta se denomina fava, que segundo Mestre Lua de Bobó(BA), era utilizada para "fechar o corpo".


Dez anos da lei de Cotas Raciais no Brasil

Fonte: Fundação Cultural Palmares
quarta-feira, 28 / setembro
Uma avaliação realizada por senadores, especialistas e militantes do movimento negro sobre os 10 anos do sistema de cotas afirma que a ação afirmativa mostrou ser bem sucedida ao promover significativa e relevante inclusão da população negra brasileira nas universidades públicas.
Segundo eles, as cotas são um instrumento legítimo para a busca da “igualdade material” preconizada pela Constituição de 1988. O grupo também argumentou a favor de programas como o Pro uni e o Fies que, em sua opinião, proporcionam o acesso ao ensino superior a parcelas populacionais que historicamente ficaram de fora das universidades.
A primeira lei, a 3.708/01, foi implantada no Rio de Janeiro, e assegurou 40% das vagas aos estudantes afro descendentes em escolas de ensino superior do Estado. Hoje, são cerca de 110 mil cotistas negros em 32 universidades estaduais e 38 universidades federais de todo o país. Para ser beneficiado com o sistema de cotas, o aluno deve se declarar como negro ou pardo e provar com fotos anexadas à matrícula.
Resultado ainda longe do ideal – Luís Fernando Olegar, coordenador do departamento de educação do Movimento da Consciência Negra do Vale do Itapocu (Moconevi) considera o preconceito contra afro descendentes e o sistema de cotas resultado da falta de informação. “As pessoas não têm acesso à educação de forma igualitária”, explica o diretor, que já trabalhou em duas instituições em bairros de classes sociais bem diferentes.
Para o professor, as cotas raciais são um “reparo necessário, um caminho inverso ao mal feito aos negros ao longo da história do Brasil”. O educador entende o argumento de alguns grupos, inclusive da própria comunidade afro descendente, sobre a importância de cotas para os menos favorecidos economicamente e não somente para os de cor escura. Porém, ele acha imprescindível o benefício para os negros devido ao racismo. “Os negros sofrem preconceito não pela classe social ou pelo currículo. Na hora de uma entrevista para emprego, o fenótipo é o que conta. As pessoas são escolhidas pelo que mostram, pela cor e pelos traços”, defende.
Segundo o educador, quanto maior o nível de formação acadêmica do negro, mais ele sofre racismo.  “As cotas permitem a ascensão social de um grupo étnico cuja maioria não tem oportunidade de crescer na vida”.
Falta de representatividade – Além do desenvolvimento social dos afro descendentes, o coordenador considera a visibilidade um fator importante na luta contra o racismo. “Se a criança não vê professores, médicos, empresários, enfim, pessoas bem sucedidas da mesma cor, ela aprende que aquilo é normal e cresce inconscientemente com um sentimento de inferioridade” explica. “Você não se enxerga, não se sente representado”.
Apesar de toda a mobilização dos movimentos que lutam pelos direitos de igualdade dos afro descendentes, a disseminação de sua cultura e a formação de lideranças.


domingo, 11 de setembro de 2011

Iº ciclo de Palestras 2011

Os Afros descendentes e os Movimentos sociais

Os Primórdios do Movimento Negro no Rio Grande do Sul

Este trabalho tem como pano de fundo as questões sociais que envolveram os negros vindos do continente africano, e a forma como se deu as mudanças. De que maneira eles se organizaram para exercer a sua cidadania, pois sabemos que os afros descendentes tiveram muitas contradições em seu modo de ser e viver. A cultura afra foi difícil de ser aceita pela elite europeia, pois a sociedade era totalmente formada pelos moldes europeus.
Até a abolição da escravatura em 1888, os movimentos sociais eram clandestinos, e radicais, pois a idéia sempre era a libertação dos negros cativos.
Após a abolição da escravatura, se intensificaram mais os grupos de afro descendentes que lutavam pelo direito de exercer sua cidadania. A maneira que os es - escravos acharam para exercer os seus direitos foi a criação de jornais dedicados a população negra, pois até então os es - escravos  e seus descendentes eram geralmente representados de forma negativa pelos jornais da grande imprensa. Os jornais eram voltados para públicos  específicos como os do movimento operário  e os das colônias de imigrantes estrangeiros. Foi neste contexto  de imprensa alternativa que  nasceram os jornais produzidos por negros, e voltados para a luta em defesa de suas questões, chamadas em conjunto de “Imprensa Negra”. Estes jornais era a expressão cultural, articulação de idéias e reivindicação política de um segmento sem voz ou visibilidade na sociedade brasileira. Neste mesmo contexto da época de formação da imprensa negra no Brasil também foram criados as associações, e os clubes só para negros.
Temos no Rio Grande do Sul jornais e associações criadas antes da abolição da escravatura e se espalhando em todo o país. Logo após a abolição surgem jornais dedicados especialmente para os afros descendentes, é o caso do jornal “O Exemplo”, que foi fundado em Dezembro de1892, circulando até 1897. Este jornal era voltado para negros e mulatos, era um dos mais engajados no esforço contra a discriminação racial no Estado do Rio Grande do Sul. Em 1902 a segunda etapa do jornal e em 1910 e 1916 a terceira e quarta etapa, já   no primeiro semestre de1930 ele encerra suas atividades. Este jornal era um semanário criado no salão de barbeiros Calisto ,na rua dos Andradas em Porto Alegre, a partir de conversas entre Artur de
Andrade( redator e editor, Clemente de Oliveira( oficial de justiça), e outros intelectuais preocupados com o andamento das questões raciais no país.
Em 1902 criou a Escola “O Exemplo”, em período noturno, voltada para o ensino primário, porém sem ensino religioso, já que defendia a liberdade de culto.
Em 1908, ele passaria a defender os trabalhadores em geral, o movimento operário e o sindicalismo.
Já em Pelotas teríamos “O Alvorada”, criado em 1907 por um grupo de intelectuais negros, fundado 19 anos após a abolição da escravatura no Brasil.
O Alvorada pretendeu desde seu primeiro número ser uma tribuna de defesa dos operários e dos negros de Pelotas. Este periódico talvez fosse o de maior longevidade desta fase denominada de “Imprensa Negra”.
Estes jornais publicavam os mais diversos acontecimentos, e criticavam oque afetava a população negra. Falavam do trabalho, da habitação, da educação e da saúde, tornando uma tribuna privilegiada para pensar em soluções concretas para o problema do racismo na sociedade brasileira, também esses periódicos constituíram veículos de denúncia do regime de “segregação racial”, que existia em várias cidades do país, impedindo o negro de ingressar ou frequentar determinados hotéis, clubes, cinemas, teatros, restaurantes, orfanatos, estabelecimentos comerciais e religiosos, também algumas escolas, ruas e praças.
Já as associações tiveram um cunho assistencialista, recreativo e cultural, as associações negras conseguiam juntar um número expressivo de homens de cor, algumas com formação de determinadas classes de trabalhadores negros, como ferroviários, funcionário dos correios, trabalhadores da construção civil.
Existiram na cidade de Pelotas várias associações antes da abolição da escravatura citamos algumas delas: Feliz Esperança, Harmonia dos Artistas e Fraternidade Artística, que mantiveram suas atividades, até meados de1917.
Após a abolição surgiram muitas outras.
Existiam associações formadas estritamente por mulheres negras. Em Pelotas formou-se a Sociedade de Socorros Mútuos Princesa do Sul em 1908.Esta associação teria em sua diretoria só mulheres, e perdurou até 1918.
Uma peculariedade destas associações é que poucas resistiriam por muitos anos. Com  a instauração do Estado Novo de Getúlio Vargas muitas associações  se extinguiram, ( deixaram de existir), vindo a reaparecer já no fim do Estado Novo
Em 1943 surgiu a União dos Homens de Cor, fundada por João Cabral Alves em Porto Alegre, seu interesse era defender os afros descendentes em todo o Brasil, tanto que se espalhou por vários  Estados .  No inicio de 1950, representantes da UHC foram recebidos  em audiência pelo então presidente Getúlio Vargas , ocasião em que lhe foi  apresentada uma série de reivindicações a favor da população  de cor.Um dos objetivos desta associação era elevar o nível econômico e intelectual das pessoas de cor em todo o território nacional, para torná-las aptas a ingressarem na vida social e administrativa do país em todos os setores de suas atividades. Esta associação prestava assistência de saúde e se preocupava com a preparação profissional e intelectual de seus associados e também com a questão da moradia, funcionou até a década de 60.
Em 1944 foi fundado o teatro experimental do Negro no Rio de Janeiro tendo a frente Abdias do Nascimento, que pretendia organizar um tipo de ação que tivesse significação cultural, e a busca da identidade, a consciência da negritude brasileira. 
Nascimento sentiu necessidade de resgate da cultura negra e seus valores, pois após a abolição, a herança cultural é que oferecia a contra prova do racismo. Este teatro engloba o trabalho de cidadania do ator por meio da conscientização e também da alfabetização do elenco. Eram recrutados para o teatro operários, empregadas domésticas, favelados sem profissão definida e modestos funcionários públicos. No começo Abdias tem dificuldades pois não tinha na época quase que historiografias que pudesse usar em papéis negros, ele descobre em O Imperador Jones , de Eugene ONeill, o retrato mais  aproximado  da situação  do negro após a abolição da escravatura. O autor cede gratuitamente os direitos e o grupo ensaia durante seis meses tendo aulas de interpretação. O espetáculo estreia em Maio de 1945 no teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Passa a oferecer curso de alfabetização, de corte e costura; fundou o instituto Nacional do Negro, o Museu do Negro e várias outras conquistas para reafirma mento do afro descendente na sociedade brasileira.
Abdias promove em 1945 uma Convenção Nacional do Negro, e em 1950, o primeiro Congresso do Negro Brasileiro, em 1955 realiza a semana do Negro, também edita o jornal “Quilombo”.
Nesta conquista dos nossos irmãos afro descendentes, no resgate da consciência de sua negritude , de seus valores culturais é que surgiu em Uruguaiana o Movimento Negro, que foi fundado em 18 de Abril  de 1988, esta associação sem fins lucrativos que era dirigido por um colegiado, tendo a frente o professor Ataídes e dona Elza Fontoura.
Esta associação foi criada quase três anos antes de ser instituído no município de Uruguaiana a Semana da Cultura Afro descendente, no dia quatro de Dezembro de 1991.
Esta associação busca a promoção do afro descendente como pessoa promovendo-o em seus direitos humanos. Promovendo cursos, seminários, exposições de artes, oficinas literárias e várias outras informações que buscam a cidadania e o intercâmbio entre a etnia afro e as outras etnias.
Hoje esta associação tem a frente como presidente a professora Stael Soraia , que  busca  resgatar o que outros movimentos sociais formados em todo o
Brasil buscam, a cidadania e a afirmação do afro descendente em seu meio social.
De uma forma geral os Movimentos Negros no Brasil tiveram como destaque a informação e a formação para os afro descendentes, pois foi a maneira de buscar a sua cidadania, e sua inclusão na sociedade que revelou-se após a abolição como preconceituosa, pois devido a política  do branqueamento e a vinda dos açorianos de países da Europa, o afro descendente ficou em segundo plano. Para reforçar a sua existência e mostrar aos governos existentes desde o começo da república no Brasil que o afro descendente criou grupos de resistência, como os Movimentos Negros. Com o passar dos anos foi ficando mais forte embora poucos governos dessem espaço e voz para a sua afirmação na sociedade. Os Movimentos Negros vieram com força total mesmo foi na década de 70 e 80, enquanto proposta política, como uma forma de protesto, e também nas centrais sindicais.
Já nos anos seguintes foram registrados avanços significativos nas lutas dos Movimentos Negros em todo o país principalmente contra o racismo.
Dos anos 90  até os dias de hoje podemos afirmar que os Movimentos Negros cresceram consideravelmente, pelo fato das lutas constantes desses movimentos, sentando e conversando com os nossos governantes para criar uma política de afirmação do afro descendente na sociedade brasileira, principalmente com a criação da Secretaria de combate ao racismo, que proporciona como já falamos o dialogo para amadurecer projetos que venham favorecer políticas de inclusão social.













Referências Bibliográficas:

htpp://webcache.googleusercontent.com/search...
O Exemplo-wikpédia, a enciclopédia livre
Consciência de cor - Revista de História
Monografia: A escravidão em Uruguaiana, Cleusa Ludovina, Maio de 2011.





quinta-feira, 11 de agosto de 2011

VISITA AO QUILOMBO RINCÃO DOS FERNANDES





Em 23 de abril um grupo de sócios do MNU visitou o primeiro quilombo da região sudoeste do estado - o Quilombo Rincão dos Fernandes, que está situado na Rodovia Simões Lopes Neto, ERS 377,  localidade denominada "Olhos D'água".
O quilombo foi certificado pela Fundação Cultural Palmares em dezembro de 2010. Atualmente, a Associação Quilombola Rincão dos Fernandes, através de sua presidente Vanda de Castro Moraes está buscando as políticas públicas as quais têm direito.













domingo, 31 de julho de 2011

Histórico do M.N.U

O Movimento Negro de Uruguaiana – MNU -  é uma associação da sociedade civil, sem fins
lucrativos que existe “de fato” desde 18 de abril de 1988, porém sua fundação legal data de 10 de julho de 2010. A entidade tem seguintes objetivos: 
a)    Promover os direitos humanos enfocando as desigualdades decorrentes das relações étnicas, sociais,
econômicas, de gêneros e outras;
b)    Desenvolver atividades culturais, promover e implementar cursos, eventos, seminários e demais atividades afins com objetivo de reforçar e/ou informar  os cidadãos e cidadãs de seus direitos juridicamente assegurados;
c)    Contribuir para a organização e o fortalecimento da comunidade negra uruguaianense;
d)    Realizar intercâmbio com outros setores negros, brasileiros ou estrangeiros, colaborando com a formação de uma sociedade igualitária, multirracial e pluricultural;
e)    Fazer publicações periódicas ou não, com vistas a divulgar suas atividades e atingir seus objetivos;
f)    Sensibilizar e colaborar com educadores(as), entidades e movimentos populares para que reflitam o ensino da história e cultura afro-brasileira, assim como também, as relações sociais e étnicas;
g)   Promover as ações que estiverem ao seu alcance para a implementação de políticas públicas,
especialmente as priorizadas no Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial, ou qualquer outro venha a somar-se a ele;
h)    Estimular e desenvolver ações de qualificação profissional e desenvolvimento humano voltados aos jovens
negros e afrodescendentes;
i)    Promover ações de reforço à cidadania e identidade da criança e do jovem negro ou afrodescendente.